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Monte Verde ainda sem direito à Comunicação

Matéria publicada pelo jornal LD&CIA

Os serviços de conserva da estrada e de coleta de lixo são importantes conquistas para a região do Monte Verde que, no entanto, ainda sofre com a falta de acesso à Internet. A RPPN Fazenda Serra Negra gera cerca de mil reais/mês em ICMS Ecológico à prefeitura municipal de Lima Duarte e a comunidade solicita que parte deste recurso seja utilizada para instalação de uma torre de Internet...

No início do ano, o jornal LD&Cia divulgou uma matéria sobre a instalação de Internet em diversas regiões do município. Na reportagem constava uma entrevista feita com o secretário municipal de Cultura, na qual declarou faltar apenas à instalação em Orvalho e Manejo! Nós, moradores da região do Monte Verde, que somamos mais de 35 famílias com residência permanente, além de muitas outras com residência nos finais de semana, na qualidade de eleitores que votam aqui nesse município e se interessam pelo acesso à Internet, entendemos, então, que para a prefeitura de Lima Duarte, nós nem sequer existimos!

Sem Internet, nossas crianças não têm como fazer pesquisas para os trabalhos escolares e os adultos precisam ir pessoalmente às diversas instituições na sede do município, quando poderiam resolver inúmeras questões via Internet, como, por exemplo, as questões bancárias. Essa falta de acesso, também atrapalha todos que trabalham na cidade e na geração de renda, pela falta da comunicação geral entre as pessoas, dentre outras limitações.

Todos sabem o quanto é difícil viver hoje em dia sem Internet! Já estamos distantes fisicamente e sem comunicação, ficamos ainda mais isolados, o que incentiva o êxodo rural, influindo na diminuição da produção leiteira e agrícola, além da perda do fluxo turístico em nossa região...

Já conversamos com o secretário de Cultura sobre essa nossa necessidade social, que nos informou da existência de um projeto em andamento e sem prazo definido, para a instalação de telefone fixo no arraial do Monte Verde, sendo que esse telefone permitiria, apenas, a transmissão de voz, mas essa solução não nos atende!  

Nós procuramos empresas privadas que pudessem apresentar soluções para resolver o nosso problema de acesso à Internet, que hoje é prioritário para os moradores.

Das três empresas que procuramos (uma em Lima Duarte, outra em Juiz de Fora e outra de Internet via satélite), apenas a Agrotel de Juiz de Fora, se mostrou disposta a nos atender... foi a única, também, que nos tratou com dignidade e que se dispôs a vir até a nossa comunidade para participar de uma reunião com os moradores, esclarecendo dúvidas e oferecendo mais de uma opção de instalação de antenas e repetidoras de sinal de Internet para nos atender.

A AMA Monte Verde - Associação de Moradores e Amigos do Monte Verde e Região - no mês de maio encaminhou ofício à prefeitura municipal solicitando uma audiência com o prefeito e o secretário de Cultura para discutir as opções de solução dadas pela Agrotel.

A primeira solução de comunicação para a região atenderia às diversas famílias do povoado e seu entorno, ao disponibilizar sinais de telefonia rural móvel (celular) e de 3G com wi-fi para acesso à Internet em modo comunitário, a partir do posto de saúde do povoado, cujo custo estimado foi de 60 mil reais, contemplando a instalação de antenas e repetidoras com alimentação fotovoltaica (energia solar), sendo que a conta de uso mensal dos serviços seria paga pelas famílias.

A outra solução proposta oferece, apenas, uma antena repetidora para o sinal 3G com wi-fi comunitário no povoado, com um custo aproximado de 8 mil reais, também não contemplando o custo de uso mensal dos serviços de Internet.

Somos muito gratos por haver, há cerca de dois anos, um serviço de conserva de estrada que melhora nosso acesso até a cidade, além da recém-instalada coleta de lixo, sendo que esses serviços são de iniciativa desta administração municipal.

Porém, a questão do acesso à Internet é hoje prioritária para nós e o que mais nos frustra e aborrece é o fato de que a Fazenda Serra Negra é uma RPPN que gera atualmente cerca de mil reais que são repassados à prefeitura municipal todos os meses e que a sua proprietária e os moradores já solicitaram mais de uma vez a nossa prefeitura que este montante, ou mesmo parte dele, seja utilizado na nossa região.

Tal recurso poderia cobrir rapidamente os custos de instalação de Internet, além de outras benfeitorias, tais como: uma saudável captação de água potável em caixa d’água comunitária no arraial (a água que vem da nascente é cheia de barro), um simples sistema saneamento básico; um quiosque com mesas e bancos (no arraial não há um local comunitário, nem mesmo uma praça); calçamento da rua principal e da subida do cemitério (nos períodos de estiagem as roupas no varal se enchem de poeira e no período das águas, as ruas ficam cheias de lama), dentre outros.

Mas até hoje não sabemos qual o destino de tal recurso e nunca tivemos um retorno de nenhum dos prefeitos. O último contato aconteceu, pessoalmente, em agosto de 2013...

Assim, escrevemos aqui para compartilhar com você leitor o que passamos e esperamos sinceramente que a nossa próxima matéria seja para agradecer à prefeitura pela instalação da uma antena de acesso à Internet, garantindo o que é nosso direito constitucional: uma inclusão social justa e com direito à Comunicação!

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